terça-feira, 27 de agosto de 2013

A Palestina




            O judaísmo é considerado a primeira religião monoteísta a aparecer na história. Tem como crença principal a existência de apenas um Deus, o criador de tudo. Para os judeus, Deus fez um acordo com os Hebreus, fazendo com que eles se tornassem o povo escolhido e prometendo-lhes a terra prometida.
            Atualmente a fé judaica é praticada em várias regiões do mundo, porém é no estado de Israel que se concentra um grande número de praticantes. A Bíblia é a referência para entendermos a história deste povo. De acordo com as escrituras sagradas, por volta de 1800 a.C, Abraão recebeu uma sinal de Deus para abandonar o politeísmo e para viver em Canaã (atual Palestina). Isaque, filho de Abraão, tem um filho chamado Jacó. Este luta certo dia, com um anjo de Deus e tem seu nome mudado para Israel.
            Os doze filhos de Jacó dão origem as doze tribos que formavam o povo judeu. Por volta de 1700 AC, o povo judeu migra para o Egito, porém são escravizados pelos faraós por aproximadamente 400 anos. A libertação do povo judeu ocorre por volta de 1300 AC. À fuga doEgito foi comandada por Moisés, que recebe as tábuas dos Dez Mandamentos no monte Sinai. Durante 40 anos ficam peregrinando pelo deserto, até receber um sinal de Deus para voltarem para a terra prometida, Canaã.
           Jerusalém é transformada num centro religioso pelo rei Davi. Após o reinado de Salomão, filho de Davi, as tribos dividem-se em dois reinos: Reino de Israel e Reino de Judá. Neste momento de separação, aparece a crença da vinda de um Messias que iria juntar o povo de Israel e restaurar o poder de Deus sobre o mundo.  Em 721 a.C começa a diáspora judaica com a invasão babilônica. O imperador da Babilônia, após invadir o reino de Israel, destrói o templo de Jerusalém e deporta grande parte da população judaica.
            No século I, os romanos invadem a Palestina e destroem o templo de Jerusalém. No século seguinte, destroem a cidade de Jerusalém, provocando a segunda diáspora judaica. Após estes episódios, os judeus espalham-se pelo mundo, mantendo a cultura e a religião. Em 1948, o povo judeu retoma o caráter de unidade após a criação do estado de Israel.


domingo, 25 de agosto de 2013

A abolição dos Escravos no Brasil



A abolição dos Escravos no Brasil
            
        No início da colonização do Brasil (século XVI), não havia no Brasil trabalhadores para a realização de trabalhos manuais pesados. Os portugueses colonizadores tentaram usar o trabalho indígena nas lavouras. A escravidão indígena não pôde ser levada adiante, pois os religiosos católicos se posicionaram em defesa dos índios condenando sua escravidão. Logo, os colonizadores buscaram alternativa. Eles buscaram negros na África para submetê-los à força ao trabalho escravo em sua colônia. Foi neste contexto que começou a entrada dos escravos africanos no Brasil.
            Os negros africanos, trazidos da África, eram transportados nos porões dos navios negreiros. Em função das péssimas condições deste meio de transporte desumano, muitos morreram durante a viagem. Após desembarcaram no Brasil eram comprados como mercadorias por fazendeiros e senhores de engenho, que os tratavam de forma cruel e, muitas vezes, violenta.  Embora muitos considerassem normais e aceitáveis, a escravidão naquela época, havia aqueles que eram contra este tipo de prática, porém era a minoria e não tinham influência política para mudar a situação. Contudo, a escravidão permaneceu por quase 300 anos. O principal fator que manteve o sistema escravista por tantos anos foi o econômico. A economia do Brasil contava quase que exclusivamente com o trabalho escravo para realizar os trabalhos nas fazendas e nas minas. As providências para a libertação dos escravos, de acordo com alguns políticos da época, deveriam ser tomadas lentamente.
             Na segunda metade do século XIX surgiu o movimento abolicionista, que defendia a abolição da escravidão no Brasil. Joaquim Nabuco foi um dos principais abolicionistas deste período. A região Sul do Brasil passou a empregar trabalhadores assalariados brasileiros e imigrantes estrangeiros, a partir de 1870.  Na região Norte, as usinas produtoras de açúcar substituíram os primitivos engenhos, fato que possibilitou o uso de um número menor de escravos. Já nos principais centros urbanos, era grande a necessidade do surgimento de indústrias. Visando não causar prejuízo financeiro aos proprietários rurais, o governo brasileiro, pressionado pelo Reino Unido, foi alcançando seus objetivos lentamente. 
            A primeira etapa do processo foi tomada em 1850, com a extinção do tráfico de escravos no Brasil. Vinte e um anos mais tarde, em de 28 de setembro de 1871, foi promulgada a Lei do Ventre-Livre. Esta lei tornava livres os filhos de escravos que nascessem a partir da decretação da lei. No ano de 1885, foi promulgada a lei Saraiva Cotegipe (também conhecida como Lei dos Sexagenários) que beneficiava os negros com mais de 65 anos de idade. Foi somente em 13 de maio de 1888, através da Lei Áurea, que a liberdade total e definitiva finalmente foi alcançada pelos negros brasileiros. Esta lei, assinada pela Princesa Isabel (filha de D. Pedro II), abolia de vez a escravidão em nosso país. 

As Leis Abolicionistas
            
          Na década de 1840, as relações diplomáticas entre Brasil e Inglaterra estavam abaladas pela aprovação da Tarifa Alves Branco, imposto de 1844 que ampliava as taxas alfandegárias cobradas sobre os produtos importados que chegassem ao país. No ano seguinte, os ingleses aprovaram a Lei Bill Aberdeen. Tal lei autorizava as embarcações britânicas a confiscarem todo e qualquer navio que transportasse escravos. De tal modo, o comércio de escravos no Brasil ficava prejudicado.
            Essa medida era mais uma das ações pelas quais os ingleses pressionavam o Brasil para que a escravidão chegasse ao fim no país. Mais do que questões de ordem humanitária, essa medida tinha por objetivo ampliar o mercado consumidor brasileiro ao converter, progressivamente, a grande maioria dos trabalhadores escravos em futuros consumidores das mercadorias britânicas.
            O primeiro resultado de tal pressão acabou surgindo em 1850, quando a Lei Eusébio de Queiroz proibiu a chegada de embarcações negreiras no país. Em sentido prático, essa medida acabou sendo vista como a primeira lei abolicionista oficializada em território brasileiro. Com o passar do tempo, a diminuição da oferta de escravos acabou forçando vários senhores de terra a buscarem o uso da mão de obra assalariada de trabalhadores migrantes. Apesar dessa primeira conquista o tráfico interno de escravos ainda fez com que muitas das lavouras do país fossem sustentadas pela força de trabalho do escravo. Contudo, o preço de um escravo se tornava cada vez mais elevado, inviabilizando economicamente a sustentação de tal prática. Com isso, a aprovação de outras leis abolicionistas ficaria facilitada na medida em que a própria elite econômica nacional passasse a não mais depender exclusivamente da exploração dos escravos.
            No ano de 1871, a Lei do Ventre Livre estipulou que todos os filhos de escravos que nascessem após o ano de publicação daquela lei fossem considerados libertos. A partir daquele momento, integrantes das classes médias urbanas passaram a se organizar em favor do fim definitivo da escravidão. Em 1880, a criação da Sociedade Brasileira contra a Escravidão estipulou um novo passo. Logo em seguida, a Confederação Abolicionista apareceu como outro movimento a favor da mesma causa. Ao longo desse período, as discussões sobre o abolicionismo ganharam maior intensidade. Alguns militantes – além de mostrarem a escravidão como um ato irracional e desumano – também argumentavam que a hegemonia do trabalho assalariado seria indispensável para que a economia do país se modernizasse. Outros abolicionistas mais exaltados defendiam a organização de fugas e rebeliões de escravos.
            Muitos proprietários de terra e outras figuras envolvidas com a questão temiam que a escravidão fosse extinta de modo imediato no país. Segundo estes, a tomada de uma medida definitiva poderia abrir caminho para a ocorrência de rebeliões que poderiam desestabilizar gravemente a economia da época. Deste modo, vemos que a lentidão do governo imperial acabou legitimando uma abolição de tom gradual. Em 1885, a Lei dos Sexagenários determinou que os escravos maiores de sessenta anos fossem imediatamente libertados. Na época, a lei foi intensamente criticada, pois existiam poucos negros em idade avançada. Subordinados a condições de trabalho assoladoras, poucos escravos chegavam a viver tanto tempo. Além disso, a liberdade desses escravos representava um ganho para os proprietários, que não lucravam com a exploração da força de trabalho de um escravo idoso.

           


quarta-feira, 7 de agosto de 2013

A Importância do Café no Segundo Reinado



A Importância do Café no Segundo Reinado
            Dom Pedro II tinha, na época, 14 anos de idade o que impossibilitaria de assumir o cargo máximo da nação. Porém, com o apoio do Partido Liberal conseguiram agitar a população e assim pressionar o Senado a declarar a maior idade do imperador, podendo assim assumir o poder.  Acreditavam que abandonando a forma de governo Regencial e tendo, agora, um Imperador, seria de fundamental importância para por fim a todas as disputas políticas que abalavam o Brasil no período. E isso de fato aconteceu.
           
            Dom Pedro II realizou parcerias com a Elite Agrária do País, classe de grande influência no século XIX. Tendo-os como aliados, os favores começaram a prevalecer. O Imperador dava toda condição e estrutura para que essa Elite continuasse produzindo cada vez mais e em troca recebia todo apoio político necessário para se consolidar no poder. Dessa maneira, em pouco tempo, o Segundo Reinado conseguiu fazer do Brasil um País estável e próspero.
           
            Em relação à Economia  o Café se transformou e se consolidou como o principal produto Brasileiro para exportação, provocando um grande crescimento econômico. Inicialmente produzido no Vale do Paraíba, São Paulo, e região Fluminense, se expandiu rapidamente por se tornar um produto de grande aceitação mundial. Nasce assim uma nova Elite, agora concentrada no Sudeste, a Elite Cafeeira, que se tornaram mais ricos que os antigos Senhores de Engenhos produtores de açúcar. Outro fator interessante do período é que a mão de obra escrava, usada também na produção da cana de açúcar, foi transferida para o Sudeste e continuou sendo a força motora da economia cafeeira.
           
            Porém, o Brasil sofria grandes pressões internacionais (principalmente da Inglaterra) para que a mão de obra escrava fosse extinta. E com as crescentes aprovações de leis nacionais que buscavam o fim da escravidão, a elite cafeeira teve que se adequar a nova realidade, buscando novas soluções para mão de obra. Essa solução foi a mão de obra estrangeira, imigrantes. Com o desaparecimento da mão de obra escrava a Elite Cafeeira que gastava com a compra de escravos, agora gastará com salários dos emigrantes que usaram sua força para a produção do café.  Esta evolução social acabou proporcionando uma nova mudança: o nascimento da Indústria Brasileira. Com a substituição da mão de obra escrava pela assalariada, além de um grande crescimento demográfico, os bens de consumo passaram a ser escassos para esse grande número de pessoas.

O fim do império e início da república no Brasil
           
            Os cafeicultores percebendo a oportunidade de gerar novos lucros, e que já tinha um capital acumulado das vendas do café, passaram a investir na criação de manufaturas. Dessa maneira foram criadas indústrias que passaram a fazer concorrência a bens produzidos pelas indústrias estrangeiras. Essas adequações proporcionaram mudanças no País, porém o Governo Imperial perdia seu prestigio devido a algumas questões, uma delas é a questão militar. Os militares, que foram vitoriosos na Guerra do Paraguai e ciente de sua importância na sociedade brasileira, buscaram o direito de optar nas decisões políticas do País. Como não eram ouvidos eles passaram a conspirar contra o império.
           
            Outro fator é que a Elite agrária brasileira não se conformava com remuneração do trabalhador. Dessa maneira cresce uma vontade de que a mão de obra escrava retorne e com isso o apoio ao Imperador diminui. Outra questão foi religiosa. Dom Pedro II pune dois lideres clericais que acataram ordens do Vaticano de punir os católicos que tinham ligações com a maçonaria. Como Dom Pedro estava rodeado por maçons exigiu que a ordem Papal fosse descumprida.
           
            A Igreja, a Elite, e os Militares, eram os principais pilares de sustentação do Império no Segundo Reinado. Sem ter o apoio destes, Dom Pedro perdeu sua majestade e foi deposto por golpe político.


sábado, 3 de agosto de 2013

A Primeira Revolução Industrial





A Primeira Revolução Industrial



            O primeiro país a realizar a Revolução Industrial foi à Inglaterra, a partir de meados do século XVIII, seguida, no século XIX, por outras nações europeias: Alemanha, Itália, Bélgica, Luxemburgo, Holanda, Suíça, Suécia, Áustria, e Rússia. Fora do continente europeu, apenas Estados Unidos e Japão realizaram sua Revolução Industrial ao mesmo tempo em que os países da Europa. Na grande maioria dos países subdesenvolvidos o processo de industrialização chegou cerca de duzentos anos atrasado em relação à Inglaterra. É o caso da Revolução Industrial no Brasil, Argentina, México, África do Sul, Índia.
            O espaço geográfico dos países altamente industrializados da Europa Ocidental caracteriza-se pelo menos por três aspectos: intensa industrialização, forte urbanização e grande aproveitamento do aspecto físico por uma agricultura e pecuária em bases modernas a Revolução Industrial dos Países da Europa ocidental apoiou-se em vários fatores, que resumidamente são: Acumulação de capitais em decorrência da intensa exploração da atividade comercial no mundo e particularmente nas colônias americanas, nas feitorias e nas colônias asiáticas e africanas.
            Existência de abundantes reservas de carvão mineral, minério de ferro e outras matérias primas industriais em muitos países europeus grandes desenvolvimento das técnicas de produção mediante a aplicação de dinheiro em pesquisas cientifica. Disponibilidade de mão de obra e intensa exploração da força de trabalho do operário ou trabalhador mediante o pagamento de baixos salários. Expansão de empresas multinacionais ou transnacionais nos países subdesenvolvidos.
            Surgiram então, no séc. XIX, as estradas de ferro, que facilitaram muito o transporte dos produtos manufaturados, tomando-os mais baratos e colaborando para a Revolução Industrial. A invenção dos altos-fornos desenvolveu muito as indústrias de ferro e aço. A população das cidades aumentou demais: um número cada vez maior de pessoas deixava o campo para trabalhar nas fábricas. O povo sofreu bastante com os vários problemas ligados a salários e condições de trabalho, tendo a Grã-Bretanha que importar cada vez mais gêneros alimentícios para suprir sua população sempre crescente.
            Antes da invenção da máquina a vapor, as fábricas situavam-se em zonas rurais próximas às margens dos rios, dos quais aproveitavam a energia hidráulica. Ao lado delas, surgiam oficinas, casas, hospedarias, capela, açude, etc. a mão de obra podia ser recrutada nas casas de correção e nos asilos. Para fixarem-se, os operários obtinham longos contratos de trabalho e moradia. Com o vapor, as fábricas passaram a localizar-se nos arredores das cidades, onde contratavam trabalhadores. Elas surgiam "tenebrosas e satânicas", em grandes edifícios lembrando quartéis, com chaminés, apitos e grande número de operários. O ambiente interno era inadequado.
            Até o século XVIII, a cidade grande na Inglaterra era uma localidade com cerca de cinco mil habitantes. Em decorrência da industrialização, a população urbana cresceu e as cidades modificaram-se. Os operários, com seus baixos salários, amontoavam-se em quartos e porões desconfortáveis, em subúrbios sem condições sanitárias.
            A Revolução Industrial tornou os métodos de produção mais eficientes. Os produtos passaram a ser produzidos mais rapidamente, barateando o preço e estimulando o consumo,




por outro lado, a Revolução aumentou também o número de desempregados. As máquinas foram substituindo, aos poucos, a mão de obra humana. A poluição ambiental, o aumento da poluição sonora, o êxodo rural e o crescimento desordenado das cidades também foram consequências nocivas para a sociedade. Até os dias de hoje, o desemprego é um dos grandes problemas nos países em desenvolvimento. Gerar empregos tem se tornado um dos maiores desafios de governos no mundo todo após a Revolução Industrial. Os empregos repetitivos e pouco qualificados foram substituídos por máquinas e robôs. As empresas procuram profissionais bem qualificados para ocuparem empregos que exigem cada vez mais criatividade e múltiplas capacidades. Mesmo nos países desenvolvidos têm faltado empregos para a população.  



Segunda Revolução Industrial

            No desenrolar da Revolução Industrial percebemos que a necessidade crescente por novas tecnologias se tornou uma demanda comum a qualquer nação ou dono de indústria que quisesse ampliar seus lucros. Com isso, o modelo industrial estipulado no século XVIII sofreu diversas mudanças e aprimoramentos que marcaram essa busca constante por novidades Particularmente, podemos ver que, a partir de 1870, uma nova onda tecnológica sedimentou a chamada Segunda Revolução Industrial.
            Nessa nova etapa, o emprego da energia elétrica, o uso do motor à explosão, os corantes sintéticos e a invenção do telégrafo estipularam a exploração de novos mercados e a aceleração do ritmo industrial. Dessa forma, percebemos que vários cientistas passaram a se debruçar na elaboração de teorias e máquinas capazes de reduzir os custos e o tempo de fabricação de produtos que pudessem ser consumidos em escalas cada vez maiores.
            A eletricidade já era conhecida um pouco antes dessa época, mas tinha seu uso restrito ao desenvolvimento de pesquisas laboratoriais. Contudo, passou a ser utilizada como um tipo de energia que poderia ser transmitido em longas distâncias e geraria um custo bem menor se comparado ao vapor. No ano de 1879, a criação da lâmpada incandescente estabeleceu um importante marco nos sistemas de iluminação dos grandes centros urbanos e industriais da época.
            O petróleo, que antes tinha somente uso para o funcionamento de sistemas de iluminação, passou a ter uma nova utilidade com a invenção do motor à combustão. Com isso, ao lado da eletricidade, este mineral passou a estabelecer um ritmo de produção mais acelerado. Sob tal aspecto, não podemos deixar de destacar outras descobertas empreendidas no campo da química que também contribuíram para essa nova etapa do capitalismo industrial.
            Novas experiências permitiram o aproveitamento de minérios antes sem importância na obtenção de matéria-prima e outros maquinários. O aço e o alumínio foram largamente utilizados pela sua maior resistência e maleabilidade. Métodos mais simples de fabricação permitiram que o ácido sulfúrico e a soda cáustica fossem acessíveis. Por meio desses dois compostos a fabricação de borracha, papel e explosivos pôde ser feita em larga escala.
            Com relação aos transportes, podemos ver que as novas fontes de energia e a produção do aço permitiram a concepção de meios de locomoção mais ágeis e baratos. Durante o século XIX, a construção de estradas de ferro foi o ramo de transporte que mais cresceu. Nesse período, Estados Unidos e Europa possuíam juntos cerca de 200 mil quilômetros de trilhos construídos. Segundo outros dados, somente na década de 1860, mais de dois milhões de pessoas eram empregadas na manutenção desse único meio de transporte.
            Por meio dessas inovações, as indústrias puderam alcançar lucros cada vez maiores e dinamizar o processo que se dava entre a obtenção da matéria-prima e a vendagem do produto ao consumidor final. Ao mesmo tempo, o controle mais específico sobre os gastos permitiram o cálculo preciso das margens de lucro a serem obtidas com um determinado artigo industrial. Dessa forma, o capitalismo rompia novas fronteiras e incidia diretamente na aceleração da economia mundial.

Terceira Revolução Industrial

            A terceira etapa desse processo de transformação nos meios e modos de produção iniciou-se na segunda metade do século XX e ainda está em curso, a Terceira Revolução Industrial, também conhecida como Revolução Técnico-Científica Informacional, caracteriza-se pelos avanços nos sistemas de telecomunicações e transportes, pelo surgimento e rápida expansão da informática e da automação, além do desenvolvimento da engenharia robótica. Essa nova configuração estabeleceu profundas transformações no mundo do trabalho.
            Nas etapas anteriores das produções industriais, observava-se uma crescente substituição do homem pela máquina no processo produtivo, tornando o indivíduo apenas um apêndice de um maquinário cada vez mais amplo e complexo. No atual momento, essa situação ganhou novas e maiores proporções, na medida em que, junto ao maquinário e às novas tecnologias, a informática passou também a atuar. O ser humano passou a ser substituído não apenas pela mecânica, mas também por softwares, que, em muitos casos, passaram a gerir a produção fabril.
            Além disso, observa-se também a crescente terceirização da economia, em que a maior parte dos empregos gerados passou a se concentrar no setor de comércio e serviços. Tal processo, aliado à flexibilização do trabalho, contribuiu para a precarização das condições do trabalho, para a crise das representações sindicais e para a perda de direitos trabalhistas.
            Outro aspecto das transformações no mundo do trabalho ao longo da Terceira Revolução Industrial também está ligado à questão espacial entre campo e cidade. Ocorreu uma intensa mecanização dos meios rurais e o desenvolvimento de técnicas e mecanismos agrícolas que propiciaram um grande desemprego nesse meio, o que contribuiu para a intensificação do êxodo rural, isto é, uma migração em massa da população do campo para a cidade.
            O trabalho, tanto no meio urbano quanto no meio rural, passou a ser exigido muito mais em sua qualificação técnica, uma vez que a operação das novas tecnologias exige determinados conhecimentos específicos que não podem ser realizados por um profissional que não possui uma determinada formação. Tal contexto contribui para a emergência da contradição: aumento do número de empregos e aumento do número de desempregados, uma vez que a massa de trabalhadores que não consegue se adequar às novas condições de trabalho não alcança oportunidades.
            Como resultado há um crescimento na geração de emprego nos setores informais, onde não há leis e direitos trabalhistas, tendo em vista que esse setor caracteriza-se pela sua desregulamentação e pela ausência de uma hierarquia organizada de trabalho (a maior parte é informal). O resultado é a caracterização de diversos problemas, dentre eles, a pirataria, bastante comum nos países subdesenvolvidos ao final do século XX e início do século XXI.
            As novas tecnologias eliminam, gradativamente, a necessidade de antigos materiais (como o papel, por exemplo), aceleram a transmissão de informações e estimulam, em graus nunca antes vistos, o fluxo de atividade em cada nível da sociedade. A compressão de tempo passa a exigir respostas e decisões mais rápidas. O tempo e o conhecimento tornam-se mercadorias. As empresas passam a substituir a mão de obra humana por máquinas e computadores. Postos de trabalho são eliminados e, em diferentes ramos da economia, o trabalhador tradicional desaparece.



Leitura de Imagens:
 


Imagem A



Imagem B



Imagem C