A Primeira Revolução Industrial
O
primeiro país a realizar a Revolução Industrial foi à Inglaterra, a partir de meados
do século XVIII, seguida, no século XIX, por outras nações europeias: Alemanha,
Itália, Bélgica, Luxemburgo, Holanda, Suíça, Suécia, Áustria, e Rússia. Fora do
continente europeu, apenas Estados Unidos e Japão realizaram sua Revolução
Industrial ao mesmo tempo em que os países da Europa. Na grande maioria dos
países subdesenvolvidos o processo de industrialização chegou cerca de duzentos
anos atrasado em relação à Inglaterra. É o caso da Revolução Industrial no
Brasil, Argentina, México, África do Sul, Índia.
O espaço geográfico dos países
altamente industrializados da Europa Ocidental caracteriza-se pelo menos por
três aspectos: intensa industrialização, forte urbanização e grande
aproveitamento do aspecto físico por uma agricultura e pecuária em bases
modernas a Revolução Industrial dos
Países da Europa ocidental apoiou-se em vários fatores, que
resumidamente são: Acumulação de capitais em decorrência da intensa exploração
da atividade comercial no mundo e particularmente nas colônias americanas, nas
feitorias e nas colônias asiáticas e africanas.
Existência de abundantes reservas de
carvão mineral, minério de ferro e outras matérias primas industriais em muitos
países europeus grandes desenvolvimento das técnicas de produção mediante a
aplicação de dinheiro em pesquisas cientifica. Disponibilidade de mão de obra e
intensa exploração da força de trabalho do operário ou trabalhador mediante o
pagamento de baixos salários. Expansão de empresas multinacionais ou
transnacionais nos países subdesenvolvidos.
Surgiram então, no séc. XIX, as estradas de ferro, que
facilitaram muito o transporte dos produtos manufaturados, tomando-os mais
baratos e colaborando para a Revolução Industrial. A invenção dos altos-fornos
desenvolveu muito as indústrias de ferro e aço. A população das cidades
aumentou demais: um número cada vez maior de pessoas deixava o campo para
trabalhar nas fábricas. O povo sofreu bastante com os vários problemas ligados
a salários e condições de trabalho, tendo a Grã-Bretanha que importar cada vez
mais gêneros alimentícios para suprir sua população sempre crescente.
Antes da invenção da máquina a
vapor, as fábricas situavam-se
em zonas rurais próximas às margens dos rios, dos quais aproveitavam a energia
hidráulica. Ao lado delas, surgiam oficinas, casas, hospedarias, capela, açude,
etc. a mão de obra podia ser recrutada nas casas de correção e nos asilos. Para
fixarem-se, os operários obtinham longos contratos de trabalho e moradia. Com o
vapor, as fábricas passaram a localizar-se nos arredores das cidades, onde
contratavam trabalhadores. Elas surgiam "tenebrosas e satânicas", em
grandes edifícios lembrando quartéis, com chaminés, apitos e grande número de
operários. O ambiente interno era inadequado.
Até o século XVIII, a cidade grande
na Inglaterra era uma
localidade com cerca de cinco mil habitantes. Em decorrência da industrialização,
a população urbana cresceu e as cidades modificaram-se. Os operários, com seus baixos
salários, amontoavam-se em quartos e porões desconfortáveis, em subúrbios sem
condições sanitárias.
A
Revolução Industrial tornou os métodos de produção mais eficientes. Os produtos
passaram a ser produzidos mais rapidamente, barateando o preço e estimulando o
consumo,
por outro lado, a Revolução aumentou
também o número de desempregados. As máquinas foram substituindo, aos poucos, a
mão de obra humana. A poluição ambiental, o aumento da poluição sonora, o êxodo
rural e o crescimento desordenado das cidades também foram consequências
nocivas para a sociedade. Até os dias de hoje, o desemprego é um dos grandes
problemas nos países em desenvolvimento. Gerar empregos tem se tornado um dos
maiores desafios de governos no mundo todo após a Revolução Industrial. Os
empregos repetitivos e pouco qualificados foram substituídos por máquinas e
robôs. As empresas procuram profissionais bem qualificados para ocuparem empregos
que exigem cada vez mais criatividade e múltiplas capacidades. Mesmo nos países
desenvolvidos têm faltado empregos para a população.
Segunda
Revolução Industrial
No desenrolar da Revolução
Industrial percebemos que a necessidade crescente por novas tecnologias se
tornou uma demanda comum a qualquer nação ou dono de indústria que quisesse
ampliar seus lucros. Com isso, o modelo industrial estipulado no século XVIII
sofreu diversas mudanças e aprimoramentos que marcaram essa busca constante por
novidades Particularmente, podemos ver que, a partir de 1870, uma nova onda
tecnológica sedimentou a chamada Segunda Revolução Industrial.
Nessa nova etapa, o emprego da
energia elétrica, o uso do motor à explosão, os corantes sintéticos e a
invenção do telégrafo estipularam a exploração de novos mercados e a aceleração
do ritmo industrial. Dessa forma, percebemos que vários cientistas passaram a
se debruçar na elaboração de teorias e máquinas capazes de reduzir os custos e
o tempo de fabricação de produtos que pudessem ser consumidos em escalas cada
vez maiores.
A eletricidade já era conhecida um
pouco antes dessa época, mas tinha seu uso restrito ao desenvolvimento de
pesquisas laboratoriais. Contudo, passou a ser utilizada como um tipo de
energia que poderia ser transmitido em longas distâncias e geraria um custo bem
menor se comparado ao vapor. No ano de 1879, a criação da lâmpada incandescente
estabeleceu um importante marco nos sistemas de iluminação dos grandes centros
urbanos e industriais da época.
O petróleo, que antes tinha
somente uso para o funcionamento de sistemas de iluminação, passou a ter uma
nova utilidade com a invenção do motor à combustão. Com isso, ao lado da
eletricidade, este mineral passou a estabelecer um ritmo de produção mais acelerado.
Sob tal aspecto, não podemos deixar de destacar outras descobertas empreendidas
no campo da química que também contribuíram para essa nova etapa do capitalismo
industrial.
Novas experiências permitiram
o aproveitamento de minérios antes sem importância na obtenção de matéria-prima
e outros maquinários. O aço e o alumínio foram largamente utilizados pela sua
maior resistência e maleabilidade. Métodos mais simples de fabricação
permitiram que o ácido sulfúrico e a soda cáustica fossem acessíveis. Por meio
desses dois compostos a fabricação de borracha, papel e explosivos pôde ser
feita em larga escala.
Com relação aos transportes, podemos
ver que as novas fontes de energia e a produção do aço permitiram a concepção
de meios de locomoção mais ágeis e baratos. Durante o século XIX, a construção
de estradas de ferro foi o ramo de transporte que mais cresceu. Nesse período,
Estados Unidos e Europa possuíam juntos cerca de 200 mil quilômetros de trilhos
construídos. Segundo outros dados, somente na década de 1860, mais de dois
milhões de pessoas eram empregadas na manutenção desse único meio de
transporte.
Por meio dessas inovações, as
indústrias puderam alcançar lucros cada vez maiores e dinamizar o processo que
se dava entre a obtenção da matéria-prima e a vendagem do produto ao consumidor
final. Ao mesmo tempo, o controle mais específico sobre os gastos permitiram o
cálculo preciso das margens de lucro a serem obtidas com um determinado artigo
industrial. Dessa forma, o capitalismo rompia novas fronteiras e incidia
diretamente na aceleração da economia mundial.
Terceira
Revolução Industrial
A
terceira etapa desse processo de transformação nos meios e modos de produção
iniciou-se na segunda metade do século XX e ainda está em curso, a Terceira Revolução
Industrial, também conhecida como Revolução
Técnico-Científica Informacional, caracteriza-se pelos avanços
nos sistemas de telecomunicações e transportes, pelo surgimento e rápida
expansão da informática e da automação, além do desenvolvimento da engenharia
robótica. Essa nova configuração estabeleceu profundas transformações no mundo
do trabalho.
Nas
etapas anteriores das produções industriais, observava-se uma crescente
substituição do homem pela máquina no processo produtivo, tornando o indivíduo
apenas um apêndice de um maquinário cada vez mais amplo e complexo. No atual
momento, essa situação ganhou novas e maiores proporções, na medida em que,
junto ao maquinário e às novas tecnologias, a informática passou também a
atuar. O ser humano passou a ser substituído não apenas pela mecânica, mas
também por softwares, que, em muitos casos, passaram a gerir a
produção fabril.
Além
disso, observa-se também a crescente terceirização da economia, em que a maior
parte dos empregos gerados passou a se concentrar no setor de comércio e
serviços. Tal processo, aliado à flexibilização do trabalho, contribuiu para a
precarização das condições do trabalho, para a crise das representações
sindicais e para a perda de direitos trabalhistas.
Outro
aspecto das transformações no mundo do trabalho ao longo da Terceira Revolução
Industrial também está ligado à questão espacial entre campo e cidade. Ocorreu
uma intensa mecanização dos meios rurais e o desenvolvimento de técnicas e
mecanismos agrícolas que propiciaram um grande desemprego nesse meio, o que
contribuiu para a intensificação do êxodo rural, isto é, uma migração em massa
da população do campo para a cidade.
O
trabalho, tanto no meio urbano quanto no meio rural, passou a ser exigido muito
mais em sua qualificação técnica, uma vez que a operação das novas tecnologias
exige determinados conhecimentos específicos que não podem ser realizados por
um profissional que não possui uma determinada formação. Tal contexto contribui
para a emergência da contradição: aumento do número de empregos e aumento do
número de desempregados, uma vez que a massa de trabalhadores que não consegue
se adequar às novas condições de trabalho não alcança oportunidades.
Como
resultado há um crescimento na geração de emprego nos setores informais, onde
não há leis e direitos trabalhistas, tendo em vista que esse setor
caracteriza-se pela sua desregulamentação e pela ausência de uma hierarquia
organizada de trabalho (a maior parte é informal). O resultado é a
caracterização de diversos problemas, dentre eles, a pirataria, bastante comum
nos países subdesenvolvidos ao final do século XX e início do século XXI.
As
novas tecnologias eliminam, gradativamente, a necessidade de antigos materiais
(como o papel, por exemplo), aceleram a transmissão de informações e estimulam,
em graus nunca antes vistos, o fluxo de atividade em cada nível da sociedade. A
compressão de tempo passa a exigir respostas e decisões mais rápidas. O tempo e
o conhecimento tornam-se mercadorias. As empresas passam a substituir a mão de
obra humana por máquinas e computadores. Postos de trabalho são eliminados e,
em diferentes ramos da economia, o trabalhador tradicional desaparece.
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